sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Fibras Alimentares

As fibras alimentares são substâncias vegetais de grande importância para o bom funcionamento do corpo. São polissacarídeos vegetais, como celulose, hemiceluloses, pectinas, gomas, mucilagens e a lignina (não polissacarídeo) que não são hidrolisados pelo trato gastrointestinal humano, portanto, não são fontes de energia.
Existem dois tipos de fibras: solúveis e insolúveis. As fibras solúveis são formadas pelas pectinas, gomas, mucilagens e algumas hemiceluloses. A fração solúvel das fibras traz benefícios à saúde, porque apresentam efeito metabólico no trato gastrintestinal, retardam o esvaziamento gástrico e o tempo do trânsito intestinal, diminuem a absorção de glicose e colesterol e ainda, protegem contra o câncer colorretal.
A celulose e algumas hemiceluloses compõem as fibras insolúveis. Essas fibras fazem parte da estrutura das células vegetais e são encontradas em todos os tipos de substância vegetal. Constitui uma parte muito pequena da dieta (1g/dia) e ocorre principalmente em frutos com casca comestível e semente. Não se dissolvem na água, aumentam o bolo fecal, aceleram o tempo de trânsito intestinal pela absorção de água. Melhorando a constipação intestinal, anulando o risco de aparecimento de hemorróidas e diverticulites (inflamação da parede intestinal).
A decomposição das fibras alimentares ocorre na maior parte no cólon, onde as fibras sofrem a fermentação das bactérias anaeróbicas. Dentre as funções das fibras no organismo humano destacam-se: estimulação a mastigação, e consequentemente, a secreção da saliva e suco gástrico; preenchimento do estômago proporcionando uma sensação de saciedade; regulação do tempo de trânsito intestinal, atrasando o esvaziamento gástrico, tornando mais lenta a digestão e absorção; devido a capacidade de absorver água, formam fezes volumosas e macias no cólon; servem como substrato para fermentação por colônias de bactérias intestinais; tornam mais lenta a velocidade na qual a glicose entra na corrente sanguínea, pois formam um gel (pectina e goma) no intestino; as fibras insolúveis se ligam aos sais biliares e reduzem a absorção das gorduras e colesterol, as fibras solúveis diminuem especificamente o colesterol LDL e; são substratos para a formação de ácidos graxos de cadeia curta.
As celuloses são encontradas em frutas com cascas, farinha de trigo, farelos, semente. As hemiceluloses estão presentes em grãos de cereais, farelo de trigo, soja e centeio. As pectinas em frutas cítricas, principalmente nas cascas, maçã, batata, limão, laranjas, legumes e vegetais. As gomas nos farelos de aveia, farinha de aveia, farelo de cevada. As mucilagens encontram-se nas sementes e algas (agar-agar). E a lignina está presente nos grãos integrais, ervilha, aspargo.
A recomendação de ingestão de fibras é de 20 a 30g diárias. O excesso pode interferir na absorção de zinco e cálcio, especialmente em crianças e idosos.
Quando a dieta for rica em fibras, o consumo de água deve ser aumentado. O excesso pode provocar obstrução intestinal, principalmente quando a ingestão for feita na forma concentrada e desidratada. A falta de fibras na alimentação provoca mau funcionamento do intestino, obesidade e problemas cardíacos.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Enxaqueca e Alimentação 

        A enxaqueca ou migrânea é um tipo de cefaléia primária, onde os sintomas e características da dor definem a doença. Seus principais sintomas são fotofobia, fonofobia, vômito e náusea, a cefaléia geralmente é unilateral e latejante, podendo durar de 4 a 72 horas.
Portadores de enxaqueca podem ter sua vida social comprometida devido aos sintomas que os deixam incapacitados, para trabalhar, estudar e enfim, realizar suas atividades cotidianas, por isso, a identificação de fatores desencadeantes e o tratamento adequado são indispensáveis.
A Sociedade Brasileira de Cefaléia (2007) orienta alguns cuidados para o controle da enxaqueca, como: distribuir adequadamente a carga de trabalho; evitar estender o sono além do horário usual; evitar fadiga excessiva; não pular refeições, sempre se alimentando em horários regulares; reduzir a ingestão de café e chá; evitar exposição a luzes, ruídos e cheiros fortes; não exercitar-se em dias muitos quentes.
Existem fatores que podem desencadear a crise quando um indivíduo é predisposto, esses fatores podem ser alimentares ou não alimentares.
Dentre os fatores não alimentares destacam-se: sono prolongado ou insuficiente, exposição a ruídos, odores ou temperaturas elevadas, quedas dos níveis hormonais que ocorrem antes da menstruação, esforço físico, estresse e fortes emoções.
As causas alimentares podem estar relacionadas com a presença de substâncias como as aminas que podem funcionar como falsos neurotransmissores ou anfetaminas endógenas, ou ainda, substâncias que provocam vasoconstrição ou vasodilatação, como a cafeína, e os nitratos presentes em alimentos para conservação. O jejum prolongado também pode ser um desencadeante das crises de enxaqueca. Os alimentos que geralmente são mencionados como causadores de enxaqueca são os queijos, chocolates, bebidas alcoólicas, cafeína e embutidos.
Segundo a associação Britânica de Estudo da Cefaléia citado por Juzwiak (2007, p. 624), “um alimento pode ser considerado desencadeante quando: o início da enxaqueca ocorre nas 6h após a ingestão; o efeito é reproduzível; a retirada do alimento leva a melhora”.
A alimentação pode atuar no tratamento da enxaqueca, além de auxiliar no tratamento medicamentoso. Primeiro é importante o reconhecimento dos alimentos desencadeantes e estes devem ser excluídos da alimentação, no entanto, os nutrientes desses alimentos devem ser repostos através de alimentos substitutos, para evitar a deficiência dos nutrientes e doenças relacionadas.
Existem alguns nutrientes que podem auxiliar no tratamento da enxaqueca, e podem ser incluídos na alimentação. A riboflavina que é a vitamina B2, atua no metabolismo energético melhorando a sua eficiência, pois dados demonstram a sua relação nos níveis baixos de energia na célula com a fisiologia da enxaqueca. O magnésio que atua neutralizando, inibindo ou reduzindo reações envolvidas na patogênese da enxaqueca, é muito utilizado no tratamento de migrânea menstrual. O triptofano que segundo estudo duplo-cego demonstrou a diminuição da cefaléia. As isoflavonas que atuam modulando receptores seletivos naturais de estrógenos, pois na menstruação a enxaqueca ocorre devido à queda dos estrógenos. A piridoxina também é utilizada no tratamento de migrânea menstrual e ácidos graxos w-3, que durante pesquisas, diminuiu as crises de enxaqueca em pacientes suplementados com óleo de peixe que é rico no nutriente.