quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Enxaqueca e Alimentação 

        A enxaqueca ou migrânea é um tipo de cefaléia primária, onde os sintomas e características da dor definem a doença. Seus principais sintomas são fotofobia, fonofobia, vômito e náusea, a cefaléia geralmente é unilateral e latejante, podendo durar de 4 a 72 horas.
Portadores de enxaqueca podem ter sua vida social comprometida devido aos sintomas que os deixam incapacitados, para trabalhar, estudar e enfim, realizar suas atividades cotidianas, por isso, a identificação de fatores desencadeantes e o tratamento adequado são indispensáveis.
A Sociedade Brasileira de Cefaléia (2007) orienta alguns cuidados para o controle da enxaqueca, como: distribuir adequadamente a carga de trabalho; evitar estender o sono além do horário usual; evitar fadiga excessiva; não pular refeições, sempre se alimentando em horários regulares; reduzir a ingestão de café e chá; evitar exposição a luzes, ruídos e cheiros fortes; não exercitar-se em dias muitos quentes.
Existem fatores que podem desencadear a crise quando um indivíduo é predisposto, esses fatores podem ser alimentares ou não alimentares.
Dentre os fatores não alimentares destacam-se: sono prolongado ou insuficiente, exposição a ruídos, odores ou temperaturas elevadas, quedas dos níveis hormonais que ocorrem antes da menstruação, esforço físico, estresse e fortes emoções.
As causas alimentares podem estar relacionadas com a presença de substâncias como as aminas que podem funcionar como falsos neurotransmissores ou anfetaminas endógenas, ou ainda, substâncias que provocam vasoconstrição ou vasodilatação, como a cafeína, e os nitratos presentes em alimentos para conservação. O jejum prolongado também pode ser um desencadeante das crises de enxaqueca. Os alimentos que geralmente são mencionados como causadores de enxaqueca são os queijos, chocolates, bebidas alcoólicas, cafeína e embutidos.
Segundo a associação Britânica de Estudo da Cefaléia citado por Juzwiak (2007, p. 624), “um alimento pode ser considerado desencadeante quando: o início da enxaqueca ocorre nas 6h após a ingestão; o efeito é reproduzível; a retirada do alimento leva a melhora”.
A alimentação pode atuar no tratamento da enxaqueca, além de auxiliar no tratamento medicamentoso. Primeiro é importante o reconhecimento dos alimentos desencadeantes e estes devem ser excluídos da alimentação, no entanto, os nutrientes desses alimentos devem ser repostos através de alimentos substitutos, para evitar a deficiência dos nutrientes e doenças relacionadas.
Existem alguns nutrientes que podem auxiliar no tratamento da enxaqueca, e podem ser incluídos na alimentação. A riboflavina que é a vitamina B2, atua no metabolismo energético melhorando a sua eficiência, pois dados demonstram a sua relação nos níveis baixos de energia na célula com a fisiologia da enxaqueca. O magnésio que atua neutralizando, inibindo ou reduzindo reações envolvidas na patogênese da enxaqueca, é muito utilizado no tratamento de migrânea menstrual. O triptofano que segundo estudo duplo-cego demonstrou a diminuição da cefaléia. As isoflavonas que atuam modulando receptores seletivos naturais de estrógenos, pois na menstruação a enxaqueca ocorre devido à queda dos estrógenos. A piridoxina também é utilizada no tratamento de migrânea menstrual e ácidos graxos w-3, que durante pesquisas, diminuiu as crises de enxaqueca em pacientes suplementados com óleo de peixe que é rico no nutriente.


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